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domingo, 16 de agosto de 2009

O PAULO HONÓRIO

Com a maturidade foi ficando mais fácil para mim identificar as fases da minha vida. Os ciclos se sucedem, assim como as estações do ano. Ao fazer tal constatação, que hoje me parece tão óbvia - embora nem sempre tenha sido assim -, dediquei-me a desenvolver uma capacidade de adaptação que agora me permite conviver quase que pacificamente com estes movimentos.

São movimentos que me atingem e que me fazem refletir, até o último momento possível. Digo isso porque, hoje - quer dizer, já faz um bom tempo, mas hoje se intensificou -, consigo não me permitir mais, que os sentimentos se sobressaiam sobre a razão, quando se trata de alguns casos. Sempre fui um alguém que apredeu a dá adeus muito cedo. Não falo de mortes e tal, mas sim de outros bens que eu poderia um dia ter tido mas não pude ter, pelo simples fato de não ter me dedicado a tal.

Hoje, quando olho para trás, não sei se tenho orgulho ou se baixo a cabeça sobre a pessoa que fui, que sou. Não tenho mágoa de ninguém, mas muitos tem de mim - o que na verdade não me importa muito. O que realmente me importa é saber o porquê desta angústia toda que agora estou passando.

"Hoje, quando me vejo no silêncio, na iminência do sono, apenas enxergo aquele que consegue disfarçar o que lhe dói."

Sou diferente, muito diferente de muita gente. Às vezes não me acho inserido onde estou. Se olho para trás, vejo aquela criança que muito aproveitou sua infância, seus amigos, sua família. Hoje, quando me vejo no silêncio, na iminência do sono, apenas enxergo aquele que consegue disfarçar o que lhe dói. Tento depositar todas as minhas esperanças numa mudança no meu futuro, que tanto se aproxima. Todas as minhas expectativas são depositadas nele. Eu não tenho outra saída nem esperança. Será um recomeço!

Se pudesse me comparar a um desses ilustres e importantes personagens da literatura brasileira, diria que, hoje, eu sou Paulo, Paulo Honório. Aquele que vê, hoje, seus erros e, depois que tudo se destroi, tenta reviver, através de um livro, tudo que aconteceu, tentanto buscar os erros, tentanto buscar os porquês! Mas eu não sou Paulo Honório. Talvez eu seja mesmo é Fabiano. Fabiano de Vidas Secas. Aquele homem rude, sem palavras, que foi muito enganado, castigado por causa de sua ignorância. Aquele que pensa, que sonha alto, mas que sabe que são apenas sonhos, porque a realidade é outra. Basta abrir os olhos! Basta acordar!

[...]

São vários os personagens, mas prefiro me guardar ao direito de falar sobre eles. A verdade é que a vida nos ensina a cada etapa, a cada instante. Isso eu venho aprendendo a cada dia. Se antes pisava com os dois pés, agora ponho apenas o dedo mindinho.

[...]

Queria escrever mais, organizar o que escrevi. Melhorar o que falei. Mas, estou sem palavras. O silêncio, agora, é meu melhor amigo.

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