Noite chuvosa. Noite fria. Noite longa! As horas se passam muito devagar. Quase não passam! É uma ótima oporunidade para desabafar... Há uma semana, tive uma reviravolta em minha vida. Foi muito rápido. Sabe aquelas mudanças repetinas? Pois é, foi o que aconteceu comigo. Voltei a um ciclo o qual sempre me pertenceu. Voltei às minhas origens. A minha infância, voltei a mim mesmo. Estive nesses últimos tempos sonhando demais, acreditando demais em palavras falsas as quais eu queria porque queria torná-las, sob minha interpretação, verdadeiras. Masnão eram. Puras utopias.
Tenho me dedicado - bastante aliás, a minha formação como pessoa, como adulto, como ser humano. As horas de estudo diurno e noturno me ajudam a esquecer a mágoa do que se passou. Drummond me tira o peso da consciência quanodo estou atordoado. Choro, olho minha imagem no espelho e não consigo imaginar o porquê de tanto orgulho, se na verdade quem me domina é o coração. O silêncio é uma espécie de melhor amigo que me contou um segredo o qual não pode ser revelado a ninguém. Niguém mesmo. É coisa de vida ou morte! É por isso que guardo algumas situações somente com meu eu... tenho medo que o silêncio jamais me perdoe.
"fecho os olhos e tento esquecer que eu sou eu. Não consigo! É impossível!"
Quem me vê, as vezes pensa que sou um louco: e sou mesmo! Me orgulho disso! Me orgulho de conseguir não expor para fora o que não deve ser dito. Afinal: tem horas que "certas" palavras não são adequadas e podem ferir alguém. Ontem, num dos corredores da escola, durante minha ida ao bebedouro, uma amiga minha me parou e me perguntou: "Paulo, você está ficando doido! Relaxe, você tá precisando descançar um pouco, não?" Essa indagação - inocente, mas bastante profunda, nessa situação - foi comigo para casa. Foi uma noite em que eu não consegui dormir direito. Era muita coisa na minha cabeça. Muita mesmo! Trabalhos, provas, monitorias, revisões, louça, varrer, enxugar, digitar, reclamar (da operadora de celular, que vive me deixando na mão)... e tudo isso se repete dia a dia. Já me acostumei. Mas não quero aceitar.
A rotina me pegou! As responsabilidades só vêm aumentando e assim, vou me pondo à prova sobre mesu próprios limites. Sempre falo para meus amigos mais próximos que nós devemos nos esforçar. Nos esforçar ao máximo para alcançar nossos objetivos. Mas nunca os aconselho a esquecer de si mesmos. É isso que acontece comigo. É algo incontrolável: o meu esquecimento para com mim mesmo. Ontem mesmo acordei "ariado" (como diz minha mãe). Acho que estou chegando aos meus limites. E já vejo mais uma guerra: uma guerra para superá-los. Fosse só isso, ainda tem os problemas do coração. Esses aí... hum, sei não viu?! Cada uma... rsrsrs (só para descontrair).
Nuca me senti tão feliz como me sinto agora, apesar de tudo o que se passa. Mas minha vida sempre foi assim mesmo. Uma correria e tanto. Não estou aproveitando o que deveria aproveitar, mas... tudo tem seu preço, nada cai do céu quando se faz apenas esperar. O suor é sinônimo de esperança e de perspectiva, por mais ínfimas que sejam. Quem procura, não se perde, dizia meu avô. Por isso não sou de ficar só na plateia. Gosto do palco mesmo, sem ser estrela, faço minhas proposições e ponho a mão na massa, sempre contando com a ajuda daqueles que nunca me abandonaram e que sempre estão dispostos a vencer quando a luta é mais difícil. (...)
Finalizando, fecho os olhos e tento esquecer que eu sou eu. Não consigo! É impossível!